domingo, 12 de setembro de 2021

ESTUDO: DURANTE PANDEMIA A 'EXTREMA POBREZA' CRESCE 29,7% NO RN

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Com uma renda mensal de R$ 220, oriunda do Bolsa Família, a catadora de recicláveis Keliane de Lima, de 28 anos, sequer sabe se terá comida para oferecer aos quatro filhos, com idades entre oito e 12 anos, no dia seguinte. Junto ao marido, também catador, e as crianças, há cinco anos ela vive em um barraco de dois vãos com paredes, piso e teto improvisados na ocupação Eleny Ferreira, no conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, onde moram outras 60 famílias. Com a geladeira e o armário vazios, ela depende de doações para sobreviver em meio a fome.


“Até agorinha eu estava pensando no que a gente ia fazer para tomar café. Você acredita? Aqui a geladeira está sem nada”, disse Keliane, que recebeu a reportagem da TRIBUNA DO NORTE na manhã da última sexta-feira. “Ontem (quinta) foi aperreado porque minha irmã está no hospital internada e eu deixei os meninos com o pai deles aqui. Aí ele ligou perguntando se tinha alguma coisa e não tinha. Deixei minha irmã lá e fui para o meio dos conjuntos pedir. Ainda arrumei R$ 3 de ovos, um cuscuz e um tantinho de manteiga. Aí fiz pra eles. E assim vamos levando. Tem dia que a gente pensa até em fazer besteira, mas meu filho de 12 anos conversa muito comigo. Tem sido difícil demais a situação aqui”, relata.



 

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