Em entrevista exclusiva, Carlos Siqueira, que comanda partido de Alckmin, diz que só sabe o que lê no jornal e critica alianças sem programa
“Se [o governo] quer mudar [os ministérios] é muito simples, é chamar, explicar e fazer a mudança”, disse objetivamente o presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, ao ser questionado sobre a especulação de que ministros do seu partido podem ser demitidos para dar espaço a quadros do Centrão no governo Lula (PT). O incômodo de Siqueira se dá porque enquanto ministros do Palácio do Planalto discutem uma aliança com partidos que fizeram campanha para Jair Bolsonaro (PL), o PP e o Republicanos, o PSB, que ocupa a vice-Presidência com Geraldo Alckmin, sequer foi procurado pelos interlocutores de Lula. Sem ter conhecimento oficialmente do que o governo planeja, ele diz que o que sabe, é o que lê pela imprensa.
Em entrevista exclusiva ao Terra, o mandatário da sigla que tem três ministérios no governo critica a falta transparência nos critérios para escolha de nomes do Centrão por apoio político, sem alinhar programas ao projeto do governo.
Pelo PSB estão na Esplanada, o vice-presidente Alckmin, como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e os ministros da Justiça, Flávio Dino, e de Portos e Aeroportos, Márcio França.
Horas antes de entrevistar Siqueira, nesta quinta, 20, questionei Alckmin sobre a reforma ministerial, ele desconversou. Siqueira foi franco e direto: “Ele [Lula] que decida o que quer mudar, o que não quer. Agora, não quer dizer que nós estejamos de acordo”.
“Estou achando que se aprofunda a anomalia de um sistema político um pouco carcomido que precisa se aperfeiçoar. Mas se querem colaborar para que isso continue, que façam. A responsabilidade é de quem faz”, frisou.
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