Carnaubais da minha infância XIV
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Fumo de rolo |
A feira de minha Carnaubais criada pelo empresário empreendedor, Abel Alberto da Fonseca, já foi mais pujante em nossa cidade. No mercado público na parte interna tínhamos as mercearias de: Antônio Borja; Dona Tutu e o meu avô, Joca Inácio. As bancas de café de Maria de Jacinto, com seus deliciosos doces de leite e os cremes de manga. Era complementado pelas bancas de Dona Francisca de Thomaz e Dona Maria Fonseca, que alimentavam os feirantes varzeanos. Tínhamos o armarinho de Nininho, a loja de tecido de Zé Cabral e a de um cidadão do Assú por nome de Senhor, o bar de Julião Bezerra a quem também era responsável pela abertura, zelo e fechamento do mercado. No último repartimento do lado nascente, era reservado a barbearia de Zé de Janjão, que cuidava dos cabelos dos cidadãos varzeanos. Na pedra do mercado cortava carne de gado: João Café; Edvaldo Barreto; Gregório Felipe; Véio Marques e Antônio Grande. No corte de ovinos, caprinos e suínos: Edinho Leocádio e Zé Fonseca, na comercialização do peixe de água doce e salgada, era comercializado por um cidadão denominado de Piranha. Na entrada da porta central você encontrava as duas irmãs ainda crianças: Lúcia e Luzineide comercializando dindin. Ainda bem que não existia Conselho Tutelar.
Na parte externa do mercado feirantes do Assú, chegavam pela madrugada para montar suas barracas de: ferragens, em que você encontrava máscara, chocalho, fechaduras, ferrolhos, pregos, parafusos, e etc. tecidos, calçados, frutas, verduras e cereais. O comércio de compras de mel de abelha, cera de abelha, peles de animais, castanha de caju, feijão, algodão. A feira você encontrava a banca de comprar carboneto, fumo de rolo para os mascadores e fumadores de cachimbo e do boró. Mais também tinha a parte chique, na banca de Luizinho ourives, em que você encontrava pulseiras, voltas, relógios das diversas marcas e alianças.
Lá na entrada da cidade, em uma frondosa algaroba, uma parada na banca de Dona Joana Dantas e você saboreava um delicioso café num bule de barro de Dona Joana Dantas, acompanhado de um bolo de milho natural e moído na hora. Também ali era um local seguro para deixar os animais dos feirantes que advinham das mais diversas comunidades do nosso município.
E a aparte cultural? O vendedor de remédio que serve para todos os males. A cantoria pé de parede, apreciada por nossos beiradeiros, em que assistiram os versos do poeta cantando de improviso na parte interna do mercado em frente a bodega de Joca Inácio, sempre tinha a apresentação dos poetas repentistas, Alípio Tavares, Chico Traíra entre outros faziam a animação da poesia do improviso.
Falar na feira e não citar as bodegas de: Toinho de Angelina, Chico Marques, Anízio Marques e Avani Domingos, ficaria incompleto em descrever a nossa antiga feira. E para encerrar o domingo não poderia deixar de mencionar seu Chico Domingos, Zé de Mirinha e Zé Loló esquipando nos seus possantes cavalos pelas ruas de chão batido da Antiga Carnaubais. Mais para manter a segurança, contávamos com os serviços dos soldados de polícia: João Sobrinho, Galego e Alvino sobre o comando do delegado Gracialiano ou Luiz Lalau.
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