O general Carlos Alberto Santos Cruz, que foi ministro de Jair
Bolsonaro e acabou demitido após pressões do gabinete do ódio, liderado
por Carlos Bolsonaro e composto pelo "guru" Olavo de Carvalho, publica
importante artigo nesta sexta-feira, em que deixa claro que as Forças
Armadas não irão embarcar no golpe convocado por Jair Bolsonaro, que
ontem disse que não vai mais cumprir ordens judiciais com seu "acabou, porra", e por Eduardo Bolsonaro. Confira:
Todos os militares são eleitores, do soldado/marinheiro ao
general-de-exército / brigadeiro / almirante. E todos votam com total
liberdade de escolha nos seus candidatos e partidos de preferência. É o
exercício da cidadania, na mais absoluta liberdade. É um dos pontos
altos da democracia. É quando cada cidadão, em seu voto e por seu voto,
vale o mesmo, independente de qualquer consideração de classe social,
credo, etnia, etc. Mas a democracia é mais que isso. É também o
funcionamento harmônico das instituições. É também a liberdade de
imprensa e de associação. É também um processo coletivo de construção, a
partir da diversidade da nossa sociedade, de um País mais justo,
próspero e tolerante.
Na cultura militar, não existe propaganda nem discussão política
sobre preferência de candidatos e partidos dentro dos quartéis. Quando o
cidadão coloca a farda e representa a instituição, ele tem compromisso
institucional e constitucional. Seu compromisso é com a Nação.
As Forças Armadas são instituições permanentes do Estado brasileiro e
não participam nem se confundem com governos, que são passageiros, com
projetos de poder, com disputas partidárias, com discussões e disputas
entre Poderes ou autoridades, que naturalmente buscam definir seus
espaços e limites. No jogo político, muitas vezes os atores são levados
por interesses de curto prazo, influenciados por emoções, limitados por
suas convicções. Isso é normal no ambiente democrático.
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