Esse isolamento social me remeteu a refletir um pouco mais a nossa infância e a forma como vivíamos. Filho de família de agricultor, era uma raridade se fazer bolo em nossa casa. Mas nos domingos dia da feira, nosso pai ia ao mercado e era de lei comprar uma carne de porco para comermos um bom pirão com toucinho. Mas o que nos aguardava mesmo era os deliciosos bolo de milho comprado na banca de Joana Dantas, uma senhora alta e negra, que todos os domingos servia café e bolo aos feirantes que vinham dos sítios.
Sua banca ficava embaixo de uma frondosa algaroba em frente a oficina de Manoelzinho Amâncio, logo bem no iníco da rua principal da nossa cidade. Ali os feirantes deixavam seus animais enquanto faziam a feira no mercado. Lembro sua banca coberta com um pano de saco de farinha de trigo bem alvinho, seus bolos, xiícaras e um bule de barro no fogareiro a carvão. Esse bolo era a festa da manhãs de domingo.
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