quinta-feira, 2 de abril de 2020

Le Monde: no Brasil, evangélicos negam o perigo do coronavírus

Silas Malafaia
 Publicado nesta quinta-feira (2) às 9:58, atualizado às 11:07- Tradução: Sylvie Giraud -  Estamos em 14 de março. A onda do coronavírus está começando a assolar o Brasil. Nas grandes cidades, as autoridades locais decretam medidas de contenção e a proibição de grandes reuniões. Mas Silas Malafaia, chefe midiático da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, uma das maiores igrejas evangélicas do país, não tem a intenção de desistir de seu culto de sábado. Muito pelo contrário.

De seu templo no bairro da Penha, no norte popular do Rio, o pastor faz seu discurso frente a centenas de fiéis, colados uns aos outros. “Nossa igreja manterá suas portas abertas! A igreja deve permanecer o último bastião da esperança do povo!”, clama Malafaia, pedindo à assistência que “não caia em uma neurose louca”: “Acreditamos que Deus está no controle de tudo. Nós acreditamos no poder da oração. É nossa arma!

Como Malafaia, muitos pastores brasileiros se destacaram nas últimas semanas pelo seu “corona cepticismo”. Em 15 de março, foi a vez de Edir Macedo, poderoso “patrão” da grande Igreja universal do reino de Deus (1,8 milhão de seguidores). Em um vídeo postado nas redes sociais, ele pede aos membros de seu rebanho que “não se preocupem com o coronavírus”: a pandemia é uma “tática”, orquestrada por uma aliança surpreendente entre Satanás, a mídia e os “interesses econômicos”, para semear “terror”.
 Bruno Meyerfeld



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