Promotor que investiga o PCC há 20 anos alerta para risco do Brasil virar narcoestado nas próximas décadas
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há mais de duas décadas se dedica a combater o Primeiro Comando da Capital (PCC), está pessimista quanto ao sucesso da missão. A facção, nascida em presídios de São Paulo, já expandiu sua atuação para 28 países e consolidou presença no tráfico de drogas, além de ter influência na economia e política no Brasil.
Gakiya integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo em Presidente Prudente. Ele afirma que o PCC nunca foi tão poderoso quanto atualmente, seja em faturamento, presença global ou capacidade de atuação na economia formal.
Narcoestado
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste sábado, 30, Gakiya diz ser impossível rastrear em quantas atividades do mercado formal o PCC já se infiltrou. O promotor ressalta que, sem uma agência nacional para unificar o combate ao crime organizado, existe o risco de o Brasil transformar-se em um narcoestado em até três décadas.
“O PCC já pode ser classificado como uma organização mafiosa”, destaca. “Não precisa mais da ostensividade da violência, exibindo fuzis e praticando crimes cinematográficos. Ele já passou dessa fase, está ganhando muito dinheiro, principalmente com o tráfico internacional de cocaína para a Europa.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário