As praias do Rio Grande do Norte estão sendo engolidas pelo mar em ritmo acelerado, com taxas de erosão entre 1,2 e 1,6 metro por ano, mais que o triplo da média mundial de 0,5 metro. O alerta é do geólogo Venerando Amaro, da UFRN, que coordena o monitoramento costeiro usado pelo Idema.
Segundo o pesquisador, pontos críticos como São Miguel do Gostoso, Caiçara, Touros, Galinhos, Macau e Areia Branca registram perdas de até 6 metros por ano, sendo Gostoso o caso mais grave. “Essas praias estão em situação de alta vulnerabilidade”, disse Amaro.
A erosão é agravada por fatores naturais e humanos. O aquecimento dos oceanos, a localização geográfica do estado e a falta de sedimentos — retidos por barragens no interior — enfraquecem a reposição natural de areia. Além disso, a ocupação desordenada próxima ao mar acelera o desgaste.
Em Caiçara, parte de uma escola municipal já foi destruída pela força das ondas. Estruturas artificiais, como espigões e muros de contenção, também contribuem para o problema. “Essas obras defendem construções, mas aceleram a perda da praia”, explica o geólogo.
Amaro defende soluções combinadas, como engordamento de praias e recuo gradual de construções em áreas de risco. Ele alerta que, se nada for feito, o estado enfrentará queda na qualidade das praias, com mais poluição, menos areia e impactos diretos sobre o turismo “O que atrai o visitante é a qualidade da praia — e estamos perdendo isso”, conclui.
Com informações de Tribuna do Norte
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