Santa Luzia de minha infância
Nasci e me criei no seio de uma família cristã que adotou o catolicismo como crença religiosa. No entanto, aprendi também a conviver e ser tolerante com todas as outras crenças religiosas. Na minha infância e da minha geração, a nossa cidade ainda não tinha energia da CHESF, nem televisão. Nessa época, o nosso povo estava terminando de colher a safra de algodão, cuidando das varzantes no leito dos rios do: Açu, Timbaúba e Olho D'água, nossos pais fazendo conta com os patrões e comprando os tecidos para as tradicionais costureiras vestir a família com roupas novas para a festa da nossa padroeira Santa Luzia.
A criançada esperava o parquezinho com carrossel, para a diversão no período festivo. Novena na capela, barracas com leilão e o pastoril animava a noite da padroeira. No largo da igreja barracas com comidas, o tradicional aluá de abacaxi, bebidas alcoólicas e os jogos de carta: Pacará, das três cartas e o bozó, complementavam o prazer daquela gente. Antes de ir para o clube de Giovani Wanderley, era necessário passar nas bodegas de Avani Domingos e Toinho de Angelina para comprar uma medida de loção, ai estava pronto para ir a festa sempre tocadas por conjuntos musicais de Assú, Macau ou Afonso Bezerra, que complementavam a noite da parte social da mais antiga festa do nosso povo.
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