Nos idos dos anos 1980, quando a apresentadora Xuxa Meneghel cantava “A de Amor, B de Baixinho, C de Coração” na televisão em língua de sinais, a paulista Doani Emanuela Bertan teve seu primeiro contato com a linguagem para deficientes auditivos. De lá até ser eleita uma das dez melhores professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, espécie de Prêmio Nobel da Educação, Doani precisou percorrer um longo caminho: foi catadora de papelão, artesã e telefonista antes de se tornar a primeira da família a ingressar na universidade de pedagogia. Aos 18 anos, ela fez um curso de libras e percebeu as dificuldades que os surdos enfrentam na hora de se comunicar e ali decidiu que seria professora.
“Já entrei na faculdade sabendo que ensinar a Língua Brasileira de Sinais era a minha a minha vocação. Desde cedo minha mãe me dizia que a educação era a única maneira de mudar de vida e passei a querer ser uma ferramenta dessa transformação”, conta Doani, que hoje é professora bilíngue na Escola Municipal Júlio de Mesquita Filho, na cidade de Campinas, em São Paulo.
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