Ruínas da Igreja de Canudos |
Tinha vinte anos de idade quando me foi sugerido ler o livro Os Sertões do jornalista Euclides da Cunha, uma obra prima sem igual na literatura mundial. Não conhecer a obra é impossível compreender historicamente e sociologicamente as formas de dominação imposta em nossa Pátria desde que aqui chegaram os Portugueses. O grande crítico da época, José Veríssimo, resume a obra ao dizer que "é ao mesmo tempo o livro de um homem ciência, um geógrafo, um geólogo, um etnógrafo, de um homem de pensamento, um filósofo, um sociólogo, um historiador, e de um homem de sentimento, um poeta, um romancista, uma artista que sabe ver e descrever".
O beato líder religioso Antônio Conselheiro, tentou organizar uma sociedade nos Sertões da Bahia composto por retirantes e ex-escravos abandonados por seus patrões dado a Lei Áurea. A igreja católica, latifundiários, o governo baiano e a presidência da República resolveram exterminar os sonhos dos 25 mil brasileiros, pobres, cobertos de dificuldades que sonhavam e trabalhavam uma nova sociedade baseada na solidariedade.
Pressão dos grandes latifundiários sobre a liderança da Igreja Católica, baseado na calúnia, de que Canudos iria invadir as cidades da Região, Apesar de nenhuma prova desses rumores o exército veio destruir os flagelados de Canudos. No entanto foram derrotados na primeira, segunda e terceira expedição. Calcula-se que ao final tenham morridos 25 mil nordestinos e 5 mil militares que vieram do Sul e do Sudeste, pois os soldados dos Estados Nordestinos não quiseram cumprirem tão cruel missão.
O Arraial de Canudos no Sertão da Bahia, arrasado e incendiado pelo exército brasileiro.
Parte da artilharia do exército brasileiro que destruiu os irmãos Nordestinos em Canudos.
Descrição fotográfica de Euclides da Cunha sobre o Arraiá de Canudos.
O corpo do líder Antônio Conselheiro, morto pelo exército brasileiro para a satisfação dos latifundiários e da Igreja Católica Apostólica Romana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário