Recordo-me do perfume da flor do mufumbo na minha infância e classifico como um bom momento, quando estou em algum lugar e sinto o aroma do mufumbo lembro-me do caminhar bem cedo assim que o sol saia, eu ia da Cidade Histórica de Carnaubais onde morávamos, até o curral do Sr. Gregório Felipe no tabuleiro, onde o meu pai no período de inverno colocava as suas duas vaquinhas de leite, para segurar a sobrevivência dos seus filhos.
Nesse tempo não existia a barragem no Rio Açu e toda água que caia no Sertão desaguava na várzea que logo enchia os Rio da Timbaúba e para evitar maior transtorno colocava-se o gado para o tabuleiro. Cabia a minha pessoa essa tarefa de buscar o leite e chegar a tempo de comer um escaldado de leite, me arrumar e ir estudar no grupo municipal Abel Alberto da Fonseca.
O caminhar na estrada de várzea enlameada entre os carnaubais, ouvindo o cantar das rolinhas, do canário amarelo e do cabeça vermelho, era a sonoridade do tranquilo percurso que nos acompanhavam no caminhar em busca do leite dos meus irmãos. Quando passávamos a lagoa, começávamos a sentir o gostoso aroma das flores do mufumbo que predominava na natureza por todo o nosso tabuleiro.
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