O bravo Varzeano Manoel Torquato de Sousa, nascido no Sítio Cobé na época município de Assú, hoje Carnaubais, protagonizou em nossa região a primeira guerrilha rural da América Latina. Um grande líder, articulador e de uma boa oratória, o agricultor salineiro marcou história em nossa região sendo pioneiro na organização sindical sendo um dos fundadores do sindicato dos salineiros popularmente conhecido como o sindicato do garrancho.
O sonho de conquistar os direitos dos trabalhadores, onde parte deles foram ratificados mais na frente pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Suas ações não agradavam os proprietários de salinas e nem aos grandes latifundiários do Vale do Açu. A região salineira era a principal base operária do Rio Grande do Norte. A repressão patronal tendo como braço principal a polícia militar do governador proprietário de salinas, Rafael Fernandes, reprimiu sem piedade os líderes sindicais da época.
A intensa luta nas salinas fizeram o mesmo se refugiar por alguns dias da repressão em Mossoró e Areia Branca, Manoel Torquato se refugiou nas matas da Serra do Mel descendo para o Vale do Açu onde tinha domínio de toda área geográfica. Estava acampado a margem do Alagamar no açude do Canto Comprido, quando no dia 1º de janeiro de 1936, grandes proprietários da Ilha de Manoel Felipe e do Rosário que encontravam-se em uma grande farra no Rosário, souberam que Manoel Torquato encontrava-se refugiado no Canto Comprido. Armados de rifes os mesmos saíram em comboio liderado por Artur Felipe, grande latifundiário no Vale do Açu. Manoel e seu pessoal amparados na parede do Açude, abriram fogo iniciando o confronto em que culminou com a morte de Artur Felipe e outros saíram feridos. Em desvantagem os agressores bateram em retirada e na volta sobre o clima do ódio, passaram na simples choupana coberta de palha dos pais de Manoel Torquato, localizada no Cobé e covardemente assassinaram o humilde agricultor pai de Manoel Torquato e tocaram fogo na choupana.
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