Foto: Magno Marques (2015)
Consumada a demissão de Romero Jucá (PMDB-RR) do governo após a divulgação de gravações a mostrá-lo em aparente conspiração contra a Operação Lava Jato, o presidente interino Michel Temer reuniu no Palácio do Jaburu alguns aliados. Entre eles, outro investigado, o ministro do Turismo, Henrique Alves. Temer quis saber se não era melhor ele deixar o cargo antes de virar alvo de um bombardeio político e midiático. Alves deu de ombros. Seria “irrelevante” o que existe contra ele.
Não é a opinião do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por investigar perante o Supremo Tribunal Federal (STF) políticos detentores de foro privilegiado. Para Janot, há “indícios bastante seguros” da participação de Alves na corrupção descoberta pela Lava Jato.
A expressão foi usada por Janot em um pedido enviado no início de maio ao STF, no qual ele requer a ampliação da lista de investigados daquele que, pela quantidade de políticos incluídos, é o maior inquérito da Lava Jato, o 3.989, aberto em março de 2015. O ministro do Turismo é um dos citados entre aqueles contra os quais existem “indícios bastante seguros”.
Ex-deputado, Alves é ligado ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ponto de ter passado o bastão a ele tanto na liderança do PMDB na Câmara, em 2013, quanto no comando da Câmara, em 2015. Por causa do vínculo, o ministro é citado em outro inquérito recém-aberto pelo STF.
Fonte: Carta Capital / Política ( Maio de 2016 )
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